Municípios

Bruno Reis faz apelo para professores voltarem ao trabalho e diz que greve tem motivação política

Prefeito oferece reajuste de 6% mais progressão de carreira enquanto categoria reivindica reajuste de 33,4%

Os professores da rede municipal de ensino de Salvador entraram no segundo dia de greve nesta sexta-feira (20). O prefeito da cidade, Bruno Reis (União Brasil), fez um apelo para o fim do movimento, além de afirmar que a motivação da mobilização é política.

Reis disse estar aberto ao diálogo com a categoria e revelou que, nesta quinta-feira (19), quando foi iniciado o movimento, mais de 50% dos profissionais não aderiram à paralisação. 

“Estou me dispondo a dar um aumento de 6% e também fazer mudanças de níveis, o que vai tornar o reajuste na prática de 11,37%, praticamente o mesmo percentual que o Governo do Estado está dando. Mas eles chegam, sem qualquer paralisação prévia, depois de terem colocado uma proposta na mesa, que eu aceitei, e decidem fazer a greve. Então o que é isso? Política”, explicou Bruno Reis.

Os professores reivindicam um reajuste de 33,24%. 

Conforme Bruno, os sindicatos não dão à Prefeitura o mesmo tratamento dado ao governo. “É uma questão política. O governo passou sete anos sem dar qualquer aumento. Só no último ano foi que o governador deu um aumento. E vocês não ouviram eles reclamando, não viram eles fazendo paralisação, muito menos greve. Na Prefeitura, fizemos um aumento de níveis no final de 2020. Só eles tiveram esse benefício”, recordou o prefeito.

O gestor municipal ressaltou que nunca interrompeu o diálogo com a categoria. “Nós já pagamos aqui acima do piso. O piso é de R$ 3.850. A gente paga R$ 4.300. Quando você pega os recursos do Fundeb, 70% deveria ser para gastar com todos os trabalhadores da educação, professores e outros. Mas a gente pega 101,56%, ou seja, todo o dinheiro do Fundeb e ainda tem que botar mais recursos próprios só para pagar os professores”, salientou.

Bruno Reis,  porém, pediu compreensão diante das limitações financeiras que o município enfrenta, sobretudo por conta da pandemia. “Ontem (quinta), 50% dos professores não aderiram e foram às salas de aula. Espero que hoje tenhamos até mais.  As crianças, a educação não aguentam mais ficar sem aulas. Vamos seguir dialogando, conversando”, frisou.

“A gente pede que os sindicatos tenham sensibilidade. Vamos seguir dialogando. Retornem à sala de aula, porque a gente vai assegurar as conquistas e os direitos que a gente tem condição de atender diante das restrições orçamentárias e do que nós temos de compromisso hoje com a cidade em todas as áreas. Com muita humildade a gente pede bom senso aos professores”, complementou.

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